O diabético em situações especiais
O diabético pode encontrar-se diante de situações especiais, que requerem alguns cuidados para não iinterrferirem no bom controle de sua doença. As mais frequentes, e o que é aconselhável fazer nessas circunstâncias, são:
1. Viagens
Sempre que possível, devem ser planejadas com antecedência, conhecendo-se os roteiros, os horários de saída, chegada e duração, bem como os horários de refeições, as disponibilidades de alimentos, etc. A escolha do roteiro deve ser feita de forma a que se adapte às necessidades de controle do diabetes.
Caso o diabético viaje de carro e dirija, deve alimentar-se nas horas certas, evitar percursos longos, sem descanso. Mesmo alimentando-se em restaurantes, devem ser solicitadas refeições semelhantes às usadas diariamente, evitando-se grandes mudanças alimentares.
É importante levar quantidades extras de insulina, seringas,aparelho para medir glicose e a receita médica. Durante a viagem, é recomendável o uso de seringas descartáveis, bem mais cômodas, prevendo-se o consumo de, pelo menos, três seringas por dia. É mais seguro, além do medidor de glicose na urina, levar também, fitas para pesquisas de cetona.
O diabético deve ter sempre em sua bagagem de mão insulina NPH ou correspondente, insulina simples, serginas, algodão embebido em álcool e fitas para a realização de testes.
A insulina deve ser guardada numa caixinha de isopor, sempre que a temperatura ambiente estiver elevada. A bagagem de mão deve conter, ainda, um pouco de açúcar ou balas (para prevenir a hipoglicemia) e um lanche que possa substitiuir uma refeição em atraso.
O diabético deve solicitar de seu médico a indicação de um serviço médico existente no roteiro, que possa ser usado no caso de uma necessidade. Jamais devem ser esquecidas a carteira de previdência social ou o documento de seguro-saúde, bem como o cartão de diabético (com os dados de identificação e orientação para casos de emergência).
2. Férias
Durante as férias, surgem mudanças no controle do diabetes, relacionadas ao grau de atividade física. Algumas pessoas aumentam essa atividade durante as férias, pois passeiam, viajam ou praticam mais esportes, podendo assim, apresentar hipoglicemia e necessitar de doses menores de insulina. Ao término das férias e retorno às atividades normais, faz-se necessário o aumento da dose de insulina.
Outras pessoas reduzem suas atividades física, como, por exemplo, as crianças, que deixam de ir ao colégio e permanecem em casa vendo televisão, ou o trabalhador, que usa suas férias para descansar. Nesses casos, a glicemia se eleva, tornando-se necessária a administração de doses maiores de insulina. Ao término das férias e retorno às atividades normais, faz-se necessária a redução da dose de insulina.
Resumindo, durante as férias pode ocorrer aumento ou diminuição da dose diária de insulina, dependendo da atividade física despendida. É recomendável que o diabético observe as glicosúrias ou glicemias, ficando atento às mudanças ocorridas em seu controle, tanto no início quanto no término das férias, fazendo os ajustes necessários nas doses de insulina.
3. Medicamentos
Quando preciso, o diabético pode fazer uso de medicamentos, naturalmente sob orientação médica. Alguns são considerados contra-indicados para o diabético, como os diuréticos, os betabloqueadores, os corticosteróides, etc. Essas substâncias podem provocar aumento da glicemia e dificultar o controle do diabetes. No entanto, desde que sob orientação médica, seu uso não traz qualquer incoveniente. Os diabéticos que utilizam clorpropamina (comprimido usado no controle do diabetes, sob o nome comercial de Diabinese/fize ou Clorpropamida/CEME, devem ter cuidado especial, evitando o uso de álcool).
4. Vacinações
Não há qualquer inconveniente para que o diabético receba as vacinações habituaias como a tríplice, Sabin, BCG, sarampo, rubéola e caxumba. A criança, ao tomar uma dosse de vacina tríplice, pode apresentar pequena reação febri, passageira, sem repercussões sobre o controle de seu diabetes. Caso isso aconteça, devem ser observadas masi atentamente a glicosúria e a cetonúria, administrando-se doses extras de insulina simples, se necessário.
5. Tensão emocional
As situações de tensão emocional provocam aumento na glicemia, favorecendo o descontrole do diabetes. Outras vezes, as situações emocionais conflitivas não só aumentam como também baixam rapidamente a glicemia, produzindo o chamado diabetes instável.
Portanto, se possível, a manutenção de uma vida mais tranquila, sem conflitos emocionais, favorece ao paciente o controle do seu diabetes.
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