Ao realizar consulta com meus clientes, percebo que os hábitos geralmente são muito parecidos, principalmente no que diz respeito ao tempo para se alimentar e a escolha dos alimentos. Alguns ainda conseguem seguir uma alimentação equilibrada durante o horário de trabalho, mas ao chegar em casa, sua alimentação torna-se um turbilhão de escolhas erradas que comprometem sua saúde.
Quem não se lembra do
Sr. Coelho, personagem sempre apressado e atrasado da história “Alice no país
das maravilhas”? Este estilo de comportamento já existe há muito tempo, mas é
conhecido atualmente como Síndrome da Pressa. Sua incidência tem sido cada vez
maior desde a década de 80.
A Síndrome da Pressa
não é considerada uma doença e não possui nenhum tipo de tratamento
medicamentoso. Esta síndrome é considerada um conjunto de comportamentos que
afetam diretamente a saúde, qualidade de vida e bem estar do indivíduo.
O ritmo acelerado da
vida moderna, a velocidade com que coisas acontecem, a constante cobrança por
resultados que tem ser produzidos cada vez mais e em menos tempo são, entre
outros fatores, os mais importantes no aumento da incidência desta síndrome na
população adulta.
Um estudo recente da
PUC de Campinas revelou que:
- 65% dos brasileiros apresentam tendência à Síndrome da Pressa;
- 95% dos executivos sofrem da Síndrome da Pressa;
- 10% desenvolveram patologias a partir da Síndrome da Pressa, como: problemas cardiológicos, hipertensão arterial, diabetes do tipo 2, depressão e Síndrome do Pânico.
Entre as mudanças de
vida e hábitos que esta síndrome traz, está a pressa em se alimentar. As
escolhas para as refeições durante o horário de trabalho passam a estar
vinculadas ao tempo que se dispõe para se alimentar e não nas preferências ou
no prazer que a alimentação deve proporcionar. Come-se no menor tempo possível.
E quando se está em casa não é diferente. Come-se na frente da TV, sem
sentar-se à mesa com a família. Alimentar-se deixou de ser um momento de união
e prazer e passou a ser um ato automático.
O alimento é o que
mantém o corpo em prefeito e pleno funcionamento, é a conexão entre o corpo que
temos e a percepção que fazemos dele. Quando não damos importância a isso
deixamos de apreciar sabores, texturas, lembranças e, consequentemente, a
quantidade. Comer rápido significa comer mal. É comum acabarmos comendo mais do
que o necessário.
O indivíduo que
desenvolve a Síndrome da Pressa perde a conexão entre corpo e alimento. Esta
mudança de hábitos pode levar ao aparecimento de várias doenças, desde uma
gastrite até a obesidade e o infarto.
A refeição, tanto
fora de casa como em casa, deve ser um momento de prazer. Para isso, é muito
importante aprender a mastigar os alimentos, apreciar os sabores e comer devagar.
Sentar-se à mesa com a família é a oportunidade de comunhão entre pais e filhos
e uma maneira de evitar que as crianças desenvolvem está síndrome no futuro.
Os resultados desta
síndrome passam por sintomas emocionais como a ansiedade; sintomas físicos como
dores musculares e alteração no peso corporal e sintomas comportamentais como
alteração dos hábitos alimentares.
Para combater e
evitar a Síndrome da Pressa e suas conseqüências é necessário que as pessoas
aprendam a valorizar pequenas tarefas, tornado-as prazerosas como, por exemplo:
ouvir uma música leve, observar um pássaro, dormir ao menos 8 horas por dia,
alimentar-se de maneira saudável, de preferência ao redor de uma mesa
acompanhado da família ou de amigos.
É uma tarefa difícil, pois a vida moderna, o crescimento das cidades, que nos deixam presos no trânsito por várias horas, nos faz cada vez mais optar por refeições rápidas. Mas se pensarmos em termos de saúde, é necessário fazer um esforço para alimentar-se adequadamente e praticar atividades físicas. Pense nisso. Cuide-se.
Fonte: dicasdenutricao
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