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quinta-feira, 13 de julho de 2017

CUIDADOS COM A ALIMENTAÇÃO DO IDOSO DEPENDENTE


Nos dias atuais, é crescente a preocupação com relação à alimentação, sendo este fato explicado pela estreita relação entre alimentação adequada, bem estar e saúde. Em todas as fases da vida, a alimentação equilibrada influencia na qualidade de vida, não sendo diferente durante o período de envelhecimento.
O processo de envelhecimento constitui um processo gradual, que ocorre no decorrer de muitos anos. As pessoas podem chegar aos 60, 70 anos ainda ativas, mas podem também ser acometidas por doenças crônicas como problemas cardiovasculares, diabetes, artrite e relacionadas às funções cerebrais como o Alzheimer. Em todas as situações, alimentação equilibrada deve ser um grande aliado na qualidade de vida.
As mudanças que ocorrem ao longo dos anos no organismo humano, levam as alterações nas necessidades nutricionais. À medida que as pessoas envelhecem, passam a requerer menos energia (calorias) dos alimentos para manter o mesmo peso, simplesmente porque elas não são tão ativas quanto às pessoas mais jovens. Entretanto, suas necessidades de micronutrientes como vitaminas e minerais, permanecem a mesma e, em alguns casos, ela é maior. È o caso, por exemplo, do cálcio, importante para manter ossos tão fortes quanto possíveis, e o ácido fólico para reter a acuidade mental e reduzir as incidências de derrames e doenças cardíacas.
Além dos micronutrientes, os adultos mais velhos, precisam ingerir água, pois neles ocorrem maiores riscos de constipação e desidratação. Uma tarefa nem sempre fácil, pois nessa fase da vida a maioria das pessoas, perde gradualmente, a sensação de sede e, conseqüentemente, tendem a não beber tanto líquido quanto precisam. Algumas pessoas idosas tendem a restringir sua ingestão de líquidos porque sofrem de incontinência urinária.

Outro cuidado que merece atenção especial é com relação à ingestão adequada de fibras, porque a maioria das pessoas mais idosas apresentam problemas com o funcionamento do intestino, em especial quando acamados, sendo importante incluir boas fontes de fibras como feijões, verduras e produtos integrais.
Apesar do envelhecimento ser um processo natural, o mesmo submete o organismo a diversas alterações, entre elas a sensibilidade por gostos primários doce, amargo, ácido e salgado. Parece haver um decréscimo na detecção e identificação do sabor atribuído ao alimento, e isso faz com que o idoso procure concentrar mais o sabor dos alimentos, é comum usar mais açúcar ou sal nos alimentos.
Alguns idosos apresentam perda gradual da memória, da capacidade de comunicar e, da capacidade física, podendo tornar-se incapaz de cuidar da própria alimentação, na maioria das vezes essas mudanças ocorrem quando se instala um quadro de demência, como a doença de Alzheimer. A princípio o idoso pode começar a comer compulsivamente ou recusar a comer, podendo ignorar ou até mesmo brincar com a comida em vez de comer. À medida que a doença evolui, o ato de alimentar torna-se cada vez mais difícil, pela própria confusão mental, chegando ao ponto em que o idoso passa ter dificuldades de mastigação e deglutição dos alimentos sólidos, o que pode provocar engasgos, tosse, e até risco de broncoaspiração. Nesses idosos é comum ocorrer perda de peso, podendo levar a um quadro de desnutrição.

É fato que à medida que as pessoas envelhecem, tornam-se mais vulneráveis do ponto de vista nutricional e cabe a todos nós encararmos essas mudanças como uma tarefa que necessita de muito carinho. Segue, abaixo, algumas dicas para auxiliar no planejamento das refeições do idoso:
  • O idoso pode estar numa fase em que apresenta dificuldade de perceber os sabores, sendo necessário deixar os alimentos com sabor intenso, sendo aconselhável introduzir ervas como a hortelã, comilho, manjericão e caprichar no uso da cebola e do alho. Nos alimentos doces, use cravo, canela e até um pouco de adoçante para realçar o sabor dos alimentos.
  • Ofereça líquido como água de coco, sucos naturais e outros, principalmente quando o idoso estiver bebendo pouca água.
  • Inclua alimentos naturais como frutas, legumes e verduras e caso o idoso esteja com dificuldade de engolir faça na forma de cremes e purês como coquetel de frutas, purê de abobrinha e outros.
  • Inclua iogurte, queijos magros, mingau e coquetéis preparados com leite para aumentar a oferta de boas fontes de cálcio.
  • Se o idoso apresentar dificuldades em comer verduras, inclua as mesmas nas sopas e sucos como o suco de couve com limão, outra opção é preparar receitas diferentes do nosso dia a dia, como um delicioso nhoque de espinafre, pão de abóbora, pastel de baroa, com certeza toda a família irá ser beneficiada com receitas mais nutritivas.
  • Prepare alimentos atraentes, respeitando sempre a preferência de quem irá consumir, uma simples sopa pode ficar atraente se capricharmos na variedade de legumes e no tempero.
  • Coloque os alimentos em recipientes bonitos e coloridos, o paciente, principalmente portador de Alzeimher na fase inicial, fica mais atraído pelo alimento quando ele é servido em recipientes com cores fortes.
  • Ofereça o alimento com tom de voz suave, transmitindo tranqüilidade, isso ajudará o idoso a ficar menos agitado.
  • Fiquem atentos às alterações na quantidade e qualidades dos alimentos, e caso perceba que a refeição do idoso está monótona, reduzindo na quantidade, ou o idoso apresenta alguma dificuldade em engolir, procure ajuda de um profissional.
Concluindo, o planejamento da refeição do idoso é uma tarefa que exige carinho e atenção, para que o mesmo receba alimentos variados e equilibrados e possa ter uma qualidade de vida melhor, e o grande segredo é o amor!


BIBLIOGRAFIA
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