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sábado, 11 de fevereiro de 2017

Droga x Nutriente na terceira idade


      O envelhecimento é um processo não homogêneo que cursa com diversos tipos de doenças crônicas, levando a um alto consumo de drogas, correspondendo a aproximadamente 30% dos medicamentos vendidos.
      O estado nutricional do idoso corresponde ao reflexo de sua vida passada no presente. A progressão das alterações nos processos biológicos, a medida em que o tempo passa, leva às modificações estruturais e funcionais nos tecidos do organismo e à diminuição da capacidade de reprodução celular, gerando modificações nos órgãos, onde a diminuição da eficiência é causada por perda de células, ficando a capacidade funcional nas células restantes.

      Segundo Smith (1995), o idoso, em casa, consome de três a sete diferentes drogas e, hospitalizado, dez ou mais tipos por dia.
      Sabemos que a eficácia terapêutica e a toxidade dos medicamentos estão diretamente relacionados à sua interação com os alimentos e/ou nutrientes. Tanto os alimentos quanto os medicamentos, para serem utilizados no organismo, devem atravessar barreiras constituídas por membranas celulares. Quando a substância é utilizada por via oral, é necessário que primeiramente atravesse o epitélio do trato gastrointestinal e, uma vez no sangue, é necessário que atravesse outras membranas para chegar ao seu local de ação ou de utilização. Apesar de que possam existir diferenças entre as barreiras, o caminho das substâncias através delas apresenta características comuns, já que, geralmente, as substâncias passam através das células e, não, entre elas.

      Infelizmente, a falta de eficácia do medicamento e os efeitos nutricionais indesejáveis estão no nosso dia a dia e poderiam ser previsíveis e evitáveis se houvesse conhecimento do assunto de todos os membros da equipe de saúde.

Desenvolvimento

      As interações drogas x nutrientes no idoso podem sofrer várias interferências, a saber:
  • as drogas podem alterar a biodisponibilidade dos nutrientes;
  • os nutrientes podem alterar a biodisponibilidade das drogas;
  • o nutriente pode provocar ineficácia da droga e reações adversas;
  • o medicamento pode promover deficiências nutricionais;
  • as doenças crônicas interferem na utilização das drogas e dos 
    nutrientes;
  • a alteração do estado nutricional do paciente interfere na 
    biodisponibilidade das drogas;
  • o uso múltiplo de drogas pode levar a várias interações e efeitos 
    colaterais que, em segunda intenção, levam às alterações do estado 
    nutricional;
  • o uso de bebida alcoólica pode potencializar ou diminuir o efeito da 
    droga;
  • os pacientes que moram sozinhos ou em asilos, sem supervisão, 
    cometem mais erros quanto à utilização de drogas e não se alimentam 
    bem;
  • os pacientes idosos e portadores de várias patologias são menos 
    capazes de se recuperarem das colateralidades e dos efeitos nocivos 
    sobre os nutrientes e, automaticamente, sobre o estado nutricional.

      A magnitude da interação depende, resumidamente, da natureza física e química do medicamento; da formulação na qual o alimento é administrado; do tipo e volume da refeição; da ordem da ingestão dos alimentos e dos medicamentos; do intervalo de tempo entre a alimentação e a administração do medicamento; da concentração e tempo do uso da droga; da idade e do estado nutricional do paciente .
      Devemos avaliar criteriosamente o paciente geriátrico quanto à prescrição de múltiplas drogas, conhecendo bem seus efeitos colaterais e suas interações com outras drogas e com os nutrientes, principalmente as mais usadas na rotina hospitalar e de ambulatório, como laxativos, diuréticos, suplementos de potássio, ácido acetil salicílico, hipotensores, anticonvulsivantes, etc.

Fonte: Revista Nutrição em pauta

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