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sábado, 16 de junho de 2012

Pesquisadores britânicos apresentam novo IMC

Novo IMC compara cintura com altura

É hora de dizer adeus ao IMC (índice de massa corporal). A proposta é de pesquisadores britânicos, que apresentam neste sábado (12) em Lyon, na França, uma revisão de estudos mostrando que a proporção entre a cintura e a altura prevê melhor o risco cardíaco e de diabetes do que a velha escala do IMC.

O índice de massa corporal é calculado dividindo o peso em quilos pela altura, em metros, ao quadrado. A conta sugerida pela pesquisa da médica Margaret Ashwell, da Universidade Oxford Brookes, é ainda mais fácil: a circunferência da cintura deve ser, no máximo, a metade da altura. Se uma pessoa tiver 1,60 m de altura, sua cintura deve ter até 80 cm. Mais do que isso é sinal de risco.

GORDURA ABDOMINAL

Medir a cintura para ver risco cardíaco não é uma ideia nova. Mas, segundo o endocrinologista Alfredo Halpern, os padrões usados hoje (102 cm para homens e 88 cm para mulheres como limite máximo) não levam em conta a altura. "Claro que uma pessoa de 1,90 m com cintura de 94 cm não tem o mesmo risco de uma com 1,50 m e a mesma circunferência."

O que faltava era a comprovação de que uma cintura medindo 50% da altura é um indicador fiel da maior probabilidade de ter problemas cardíacos e metabólicos.

A revisão de estudos feita pelos britânicos analisou 31 trabalhos, envolvendo um total de 300 mil pessoas.

A pesquisa também levou em conta diferentes etnias para encontrar a proporção máxima da cintura.

Isso é importante porque um dos pontos fracos do IMC é que ele tem significados diferentes para cada etnia. De acordo com Halpern, indianos e japoneses já apresentam risco de diabetes com valores de IMC considerados normais (entre 20 e 25).

O IMC também não discrimina entre massa muscular e gordura na hora da conta. Por isso é que a cintura começou a ganhar importância.

De acordo com o médico da USP, o risco para a saúde é maior quando a pessoa tem mais gordura entre as vísceras. Essa gordura é mais perigosa do que a localizada logo abaixo da pele. A medida da circunferência não diferencia entre as duas.

"Por isso também essa medida pode ser falha. Mas, quanto maior é a circunferência, mais gordura há dentro e fora das vísceras. Com a altura, a precisão aumenta."

Segundo a autora do estudo, a proporção entre altura e cintura, além de servir para pessoas com qualquer ascendência, também vale para crianças -- a
versão infantil do índice de massa corporal tem uma escala que varia de acordo com a idade.

De acordo com Ashwell, a nova medida já está ganhando apoio em países como EUA, Austrália, Japão, Índia, Irã e também no Brasil.

Pesquisadores da City University de Londres estimaram que um não fumante de 30 anos reduz sua expectativa de vida em até 33% se a medida de sua cintura corresponder a 80% de sua altura.

"Manter a circunferência da cintura no ponto certo aumenta a expectativa de vida para todas as pessoas do mundo", disse Ashwell.

Halpern lembra, no entanto, que, como todo estudo epidemiológico, esse também vai se deparar com casos que fogem à regra.

Fonte: Folha.com

Fatores genéticos da obesidade

Marcadores genéticos podem prever padrão de consumo alimentar relacionados com obesidade






Data:            15/06/2012
Autor(a):       Rita de Cássia Borges de Castro
Fotógrafo:    Rita C. B. Castro



Estudo publicado na revista The American Journal of Clinical Nutrition revelou que polimorfismos genéticos estão associados com maior consumo alimentar e de alimentos calóricos, consequentemente estão relacionados com a obesidade.

O objetivo do estudo foi determinar a associação de polimorfismos de nucleotídeo único (SNPs) de genes, sabidamente relacionados com a obesidade, com medidas de consumo alimentar em indivíduos com sobrepeso e obesidade.

Foram avaliados 2075 indivíduos com sobrepeso e obesidade, em que foi investigada a ingestão dietética, por meio de questionários de frequência alimentar. De acordo com a média da frequência alimentar 40% de calorias foram derivadas de gordura, 44% a partir de carboidrato e 17% de proteína. Os genes estudados relacionados com risco de obesidade foram: FTO, MC4R, SH2B1, BDNF, INSIG2, TNNI3K, Nisch-STAB1, MTIF3, MAP2K5, QPCTL/GIPR e PPARg.

As seguintes associações foram encontradas:

-SNP no gene FTO (fat mass and obesity associated) foi capaz de predizer significativamente uma maior frequência no consumo alimentar (p=0,001).
-SNP no gene BDNF (brain-derived neurotrophic fator) foi significativamente associado com maior consumo de alimentos com maior conteúdo de calorias (p≤0,004).
-SNP no gene TNNI3K (TNNI3 interacting kinase) foi significativamente associado com menor consumo calorias proveniente de proteínas (p=0,002).

“Esse tipo de estudo, conhecido como associação genômica ampla, têm sido bastante usado na identificação de variantes genéticas comuns que estão associados com a obesidade. No entanto, os mecanismos pelos quais esses polimorfismos afetam a obesidade ainda não estão claros. Nesse estudo, relatamos que marcadores genéticos de risco para a obesidade podem estar relacionados com padrões de consumo alimentar”, comentam os autores.

“Em resumo, nossos resultados sugerem que marcadores genéticos de risco para obesidade podem prever um padrão de consumo alimentar obesogênico, incluindo maior frequência de consumo alimentar e de alimentos calóricos. Se replicado, estes resultados podem informar os mecanismos através dos quais estes marcadores genéticos estão associados com a adiposidade”, concluem.





Referência(s)

McCaffery JM, Papandonatos GD, Peter I, Huggins GS, Raynor HA, Delahanty LM, et al. Obesity susceptibility loci and dietary intake in the Look AHEAD Trial. Am J Clin Nutr. 2012;95(6):1477-1486.