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terça-feira, 24 de abril de 2012

Cantina escolar X Obesidade infantil

Alimentação saudável na cantina da escola

Governo fecha acordo que incentiva instituições particulares a oferecerem alimentos com menos sódio, açúcar e gordura

O foco do Ministério da Saúde na melhoria da qualidade da alimentação escolar visa a combater o avanço da obesidade infantil
 
O foco do Ministério da Saúde na melhoria da qualidade da alimentação escolar visa a combater o avanço da obesidade infantil
Escolas particulares de todo o país receberão orientações do Ministério da Saúde para oferecerem alimentos mais saudáveis em suas cantinas. A medida tem início com a assinatura de acordo entre o ministério e a Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), que multiplicará, entre os estabelecimentos de ensino básico, fundamental e médio, as diretrizes do manual “Cantinas escolares saudáveis: promovendo a alimentação saudável”.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou a relevância da assinatura do acordo, que aconteceu durante evento em alusão ao Dia Mundial da Saúde, na sede da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), em Brasília. “O hábito alimentar começa a se formar na infância e esse hábito não é formado apenas em casa. A escola tem papel fundamental nesta educação. Daí a importância na parceria entre o Ministério da Saúde e a Fenep”, disse o ministro. “Nosso esforço é para difundir os hábitos da alimentação saudável”, completou.
A partir do acordo, a Fenep e o Ministério da Saúde definirão formas de reconhecer escolas cujas cantinas ofertam alimentos mais saudáveis. “Criaremos estratégias de reconhecimento para as escolas que adotarem a alimentação saudável nas cantinas. É uma forma de saber que aquelas cantinas seguem as diretrizes do Ministério da Saúde”, explicou o ministro.
O foco do Ministério da Saúde na melhoria da qualidade da alimentação escolar visa a combater o avanço da obesidade infantil. Estimativas do ministério apontam que cerca de 525 mil crianças e 140 mil adolescentes têm obesidade mórbida no Brasil.
Segundo a Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 34,8% das crianças com idade entre 5 e 9 anos está acima do peso recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde. Ainda de acordo com a OMS, um ambiente favorável às escolhas alimentares saudáveis para crianças é fundamental para redução da obesidade infantil.
Já na faixa de 10 a 19 anos, 21,7% dos brasileiros apresentam excesso de peso – em 1970, este índice estava em 3,7%. Neste grupo, o índice de massa corporal (IMC) – razão entre o peso e o quadrado da altura – deve ficar entre 13 e 17. A manutenção do peso adequado desde a infância é um dos principais fatores para a prevenção de doenças na fase adulta.
Os maus hábitos alimentares dos estudantes brasileiros também podem ser constatados nos resultados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar. A avaliação apontou que apenas um terço dos alunos matriculados no ensino fundamental da rede privada consomem frutas e hortaliças em cinco dias ou mais na semana. Já refrigerantes e frituras fazem parte da rotina alimentar de 40% dos alunos.
Alimentação saudável 
O Ministério da Saúde tem fechado parcerias com diversos segmentos da sociedade civil e do setor produtivo para tornar a alimentação do brasileiro mais saudável.  Acordo com a indústria tem reduzido os níveis de sódio e gordura trans nos alimentos.
De acordo com dados do IBGE, os adolescentes brasileiros consomem mais salgadinhos (sete vezes maior), biscoitos recheados (quatro vezes maior), biscoitos doces (mais de 2,5 vezes maior) e biscoitos salgados (50% a mais) que os adultos.
Doenças crônicas
O Plano de Enfrentamento das Doenças Crônicas, lançado pelo Ministério da Saúde em 2011, elenca um conjunto de medidas para reduzir os fatores de risco – obesidade, tabagismo e consumo de bebidas alcóolicas – para estas enfermidades.
Com execução até 2022, o plano tem como metas a redução da obesidade infantil aos mesmos patamares de 1988: 8% entre os meninos e 5% entre as meninas, revertendo a curva atual. Já na faixa de 10 a 19 anos, o objetivo é diminuir as taxas de 5,9% para 3,2% entre os meninos e de 4% para 2,7% entre as meninas.

Fonte: Ministério da Saúde

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